Em vida feliz, não há presença da minha caneta para tua alma.
Quando vives tanto, não sentes a terra a rodar, não há guitarra ou pena que chame por ti.
Já nem o frio se encontra a sós comigo, ele decidiu dar-nos um tempo de afastamento, teve de ser, com tantos casacos e aquecedores disponíveis. Graças à sua ida fiquei doente, sinto a sua falta quando me afasto do calor, dando asas às doenças para me visitarem, ele mantinha tudo à distancia, excepto eu.
Todas as noites deixo a minha janela de estores abertos, enquanto vejo televisão antes de adormecer, deixo-lhe também um banco na varanda para se sentar a ver um qualquer canal comigo antes de adormecer.
E ele fica ali a olhar-me ausente do meu corpo que não treme, ausente pelo calor e sua vontade de me fazer sentir. Acompanha-me noite dentro até os primeiros raios do sol aquecerem minha casa e se evaporar.
Tenho saudades dele, tantas que já me dói o punho de tanto escrever, se só escrevi meia dúzia de linhas....
Amanhã se não estiver feliz, terei o maior prazer em estar doente e falar contigo de arrepios.
1 comentário:
"Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!"
alberto caeiro.
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