Ser feliz.
Lutamos por uma sensação de vida, buscamos nos outros o sentir de ser, o viver que em nós se transforma em nada querer, rejubilamos de lábios saciados, desejos realizados para uma vida de felicidade prolongada.
Despertamos de manhã com o soar da trovoada, vidraças molhadas e sorrimos a uma qualquer pessoa que passa por sermos felizes. Molhados, cheios de frio, trememos pelo amor e realizamos a vida por nós realizada, é um dia a dia completo, cheio, cumprido.
Iluminamos nós mesmos qualquer trovoada inconscientes do frio lá fora, atravessamos tempestades de aura radiante, deslizamos por entre a multidão cinzenta.
Vive-se.
Sente-se.
É um sorrir sincero, não forçamos a simpatia, dormimos tranquilamente sem pensamentos que nos perseguem, sentir, viver, sentir, não analisando a vida.
Decorre assim a vida, quando não feliz em busca do que é feliz.
Não tens saudades de ser triste?
De pensar, de discutir, sentir sufoco na tua loucura? Enveredar por labirintos, descobrindo esquina a esquina um pedaço de ti mesmo, criando mentalmente castelos de ideias, escrevendo rabiscos nos pensamentos sobre o fumo?
Não és feliz, mas tens todo o mundo perante ti! Todo o universo e a tua existência, vergam-se perante a tua mente que pedaço a pedaço disseca cada átomo no infinito.
Ser feliz no meio da multidão é só uma felicidade que atravessa sem se notar, todo o mundo é cinzento, e tu vives nele, feliz, ignorante se faça chuva ou faça sol, sentes sem notar, não reflectes sobre ti, ou a quem te é próximo.
A ignorância não é felicidade, mas sim a felicidade a ignorância?
A infelicidade a consciência do viver e querer, não consigo viver feliz acomodado sem sonhar.
Para a vida ser vida, tem de ter labirintos e sonhos distantes, porque é na dor que sentimos realmente conscientes do ser, o não pensar não é feliz, é adormecer.
Mas a dor, se doí, quem a quer?
Quem não quer viver para sempre sem a sua dor constante?
Passamos a vida a tentar libertar-nos do enorme peso, até que, de repente somos leves o suficiente para voar ao infinito... mas os sonhos?
Que sonhos vou ter se tenho o infinito?
Tenho saudades de ser infeliz, quero procurar a felicidade perdido em labirintos, aprendendo em mim mesmo minha loucura, tudo para ser feliz.
Quero ser infeliz e procurar a felicidade.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
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1 comentário:
"It's not until you lose everything that you are free to do anything"... Acredito bem mais neste principio, mas não deixa de ser um magnifico texto :)
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