domingo, 13 de julho de 2008

Saudade

Saudade é incomum.
Saudade não é sentir falta de.
Saudade é sentir, é precisar, é ter o desejo de estar com alguém.
Uma palavra incontornável em todos seres humanos no seu desejo iminente de precisar.
Quando se tem alguém e temos esse alguém presente em nós, a saudade persiste no desejo de estar melhor que com esse alguém.
Quando não se tem esse alguém que sentimos, a saudade pertence-nos na face de qualquer desconhecido, transformando a cara desejada em qualquer estranho...
Perder o sentimento que temos.
Perder o brilho dos teus olhos.
Perder tudo o que temos.
Reencontrar o sofrimento causado pelo desejo de ter, e sentir o calor do amor.
Perder o respirar conjunto de um só ser.
Perder o aroma da nossa cidade.
Perder a luz nos edíficios ao nosso por do sol.
Reencontrar o cheiro a terra molhada ao fim de séculos de frio.
É a saudade que se sente quando olho para trás e recordo tudo o que passei.
Quando se embarca de lágrimas e coração nas recordaçãoes e se sorri.

A saudade é tudo isso e mais.
A saudade é tudo o que não temos e podemos ter.
A saudade é unica... e pertence-nos a nos.
Cabe-me a mim e a ti, dizer e saborear o sentimento do que falta e temos por não faltar.
É raro encontrar palavras para os nossos sentimentos.
Mais raro ainda é encontrar a palavra certa para te demonstrar o que sinto.

O sentimento da palavra.
A palavra do sentimento.
Sentimento que não se explica.
Sente-se



Mitghefüll

quarta-feira, 9 de julho de 2008