terça-feira, 16 de março de 2010

Pária mal parida

Triste pária
Parida por uma puta.
Essa puta a quem chamamos vida.
Sua filha d'uma granda puta...
.....
.....
.....
Pobre pária.
Quantos trocos te deram para a emprenhares?
Tanto a puta como a filha-da-puta,
têm a a ganhar a puta da vida,
como?
Sendo putas está claro!
A puta, la vai tendo suas filhas-da-puta,
as bem paridas, grandes filhas-da-mãe...
Vão ser putas....
E ninguém pensa na pobre pária? (a paria da puta)
Que de pária mal parida e filha da puta,
nem a puta pode chegar?
Coitada...nem á vida vai chegar...
mal parida esta filha da puta da pária,
claro sem pátria...morre.
Triste puta de vida.

Que história fodida, que não te mói...não, não és puta, não tens irmãs putas
e tua mãe não é puta!
É tudo tão fora quando não somos nós.
Lembra-te que a puta é mãe e a pária mal parida é filha de uma puta.
Todos nós temos mãe.
Vocês não percebem?
Putas são as outras e nunca nós?
E se fores tu? Consegues? E se for a tua mãe?
Tiveste tanto direito a escolher a tua mãe, como a filha da puta.
...
VAI PÁ PUTA QUE TE PARIU!
SEU FILHO DA PUTA!
SUA MÃE DE FILHAS PUTAS!
Nem a uma párias das a puta de uma vida?
Uma pária mal parida...
Vai para a puta, essa vida que te pariu

sábado, 13 de março de 2010

Poema giro

Querido passado que te lembro
querido nublado te interrogo:
quem és tu? o eu?
(...)

Não me recordo
Se o que és? eu, fui?
Se me esqueci?
Morri!

Triste, triste, triste...
Triste, triste, triste...

Era um passado tão bonito,
mas nem por isso muito antigo.

Ficou-se pelos ontem, sem amanhã para lembrar
Já sem histórias para contar.

Oh triste passado
fostes nos esquecer, eu e tu
Tão lindo, na altura presentes
era uma surpresa todos os dias
abrir teus laços contente.

Oh passado passado, meu pedaço que vivi
quem és tu senão eu,
a minha parte que esqueci
o pedaço que de mim morreu.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O fado sobre o Rei

Sobre um reino de época medieval, existe um rei que espalha a ordem e as leis com uma disciplina severa, não porque haja somente a necessidade da ordem sobre o caos, mas tambem porque o seu desejo e saber de ter poder sobre a morte dos seus súbditos, na forca, esquartejados, empalados e até crucificados, lhe dá prazer.
Este rei, tinha fama de louco, era temido pelos inimigos e medrosos aliados, pelos sete cantos do mundo tinha no seu reino o maior respeito glorificado pelo terror.

Sendo este reino mantido pela sua ordem, o glorioso louco psicopata, padecia de um problema, a sua infertilidade impossibilitava-o de continuar a sua linhagem, sozinho de família, tendo morto todos os seus irmãos com medo de ser usurpado do poder, ele via-se num problema, pois sem descendente não seria possível manter a suas fronteiras, mantidas pelo medo, muito tempo após a sua morte.

Foi através dos seus conselheiros que soube da noticia de um velho ancião que residia a norte junto ás montanhas. Pelo que diziam tal velho era mestre das artes brancas e negras, após consultar os mais avançados médicos do seu tempo, não restava ao ditador solução melhor que mandar chamar este velho ancião aos seus frios aposentos.

Após uma cuidada discussão, o rei ficou a saber que a razão da sua desgraça era uma maldição resultante das suas impiedosas acções sobre os seus súbditos, a única forma de uma maldição com este peso do destino fosse levantada era o rei tornar-se bom.

Após longa meditação, o rei decidiu mandar chamar um homem que havia sido condenado por não pagar a metade da sua colheita ao rei.
Ao camponês de pobre instrução foi mostrada a seguinte opção:

-Tu, que sabes que sou conhecido por reinar de forma impiedosa, vou te dar a minha piedade, dou-te o meu poder sobre a tua vida, a opção de escolher a Vida ou a Morte, em cada uma das minhas mãos fechadas, está um papel dobrado, dentro de um está o teu fim, dentro do outro minha piedade.

Um camponês criado toda a vida sob o sol, não conhecendo algo mais que a desconfiança e sofrimento, ponderou rapidamente sobre a sua opção e escolheu uma mão.
Pegou no papel e sem o dobrar, atirou-o à fogueira face á cara de terror do rei.

-Então agora meu rei, mostre-me o que ficou na outra mão.

O rei impávido mostra na sua mão o papel onde se lia "MORTE".

Com tanta raiva por não conseguir enganar o destino e um simples camponês, o rei manda crucificar o pobre homem na praça central com a inscrição
"Oderint dum metuat"*
Accius - Suetonius Gaius 30

Sabendo do fim do seu legado após a sua morte, o rei continuou a sua loucura até ao fim dos seus dias. Após a morte, não tardou muito a que os outros fracos vizinhos invadissem o antigo reino do terror, ao chegarem à tumba do temido morto encontraram a inscrição.

"O destino foi criado por nós, nós somos o que criámos, nem nós podemos alterar o que de nós fizemos"


*"Que me odeiem, contanto que me temam."

N.A: Não sei a origem verdadeira da história, só a parte da escolha do súbdito foi-me contada por um cliente uma vez em conversa de ocasião, entretanto tenho procurado por tudo o que é sitio e pessoas esta história, não havendo registo em lado algum, decidi criar um pouco à minha mão a partir daquilo que me contaram.