sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Hoje

Hoje..

Tomei a liberdade de escrever,
por mais incoerente que seja...
faço-o sem ter necessidade de recorrer a
um esforço intelectual.

estou-me nas tintas!
Estou-me pouco marimbando.

Hoje escrevo, para poder conseguir voltar a escrever daqui a um dia, dois, ou, quem sabe daqui a
um ou dois meses;

Nada do que outrora me fazia escrever é, hoje,
motivo para o fazer..
pois, tudo o que tinha sentido ontem,
hoje,
não faz mais!

Gosto:
da Liberdade,
de não ter que obedecer,
de conseguir esquecer ( apagar)
de conseguir viver segundo as
minhas fraquezas e forças...

Mantenho:
quem me acompanha...

e

gosto particularmente de colocar
pontos finais...
para começar novos capítulos!


Assim, foi!

By: X.Y.U

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

damnthefeelings

I wished.
Duas palavras impossiveis de traduzir á letra por palavras portuguesas, não há palavras que exprimam tanto o arrependimento como UMA "I" DUAS "wished", "sinto-me tremendamente arrependido", "quem me dera"
.....
Não da...não serve.
I wished que tivessemos ficado, gelados nas sombras tempo sombrio que partilhávamos.
I wished que o tempo não nos levasse á vida como ela é, e brincassemos aos apaixonados ás escondidas de todo o mundo para sempre.
Queria ficar sozinho para nao ter de te esquecer, ou lembrar, mas fazes demasiado parte de mim, que arrancar-te de mim é arrancar um pedaço de sangue e carne que me faz pulsar.
Não quero voltar a enfrentar o que nos destrói, porque sabemos que o ódio está mais presente no coração humano que o triste amor.
I wished...
I wished i stayed.
I wished ter-te para sempre do sempro, como duas crianças que brincam horas e eternidades á lareira sem que um aborrecido adulto nos leve a dormir.
Tenho saudades da palavra AMOTE onde o seu soltar não me causava estranheza ou dor.
I wished ter guardado apenas boas memorias da minha vida para nao lembrar porque cresci.
I wish ter tempo de escrever para ti a noite toda, sem me ocultar entre negros pensamentos.
I wish ter vida para ti como tive noutra vida.
I wish...conseguir ter-te.
I wish sentir apenas amor por ti.

damnthefeelings

othersthanlove

Um dia escreverei para ti.


Mitghefüll

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Dois Bonecos Partidos num circo ambulante



Muitos podem pensar que um boneco de circo não tem sentimentos.
Muitos podem pensar que são bonecos criados e usados por outros a representar historias de mestres, todos pensam que somos guiados pelas linhas e movimentos do actor.
Mas não, eu não.
Eu tinha vida, e ela também.
Eu representava porque amava estar ali, eu vivia naquele momento, para todo o mundo que assistia eu tinha sentimentos, e eu via-a sentir.
Fomos criados em locais diferentes, o meu pai fez-me a mim e aos meus irmãos de uma madeira doce, cheia de emoções, com linhas de amor na sua criação.
A ela, eu não o sabia, mas ouvi dizer que provinha de um mundo á parte, da floresta onde a beleza reinava e a suavidade da sua pele reflectia toda a luz que a sua mãe viu no topo de uma floresta tropical.
Também ela sentia, eu sentia-o, nós amavamo-nos, apesar de nunca termos trocado uma palavra...
Eramos bonecos.
Acontecia por vezes a minha favorita historia do romeu e julieta aparecer em noites de luar, onde jovens de paixões assolapadas dedicavam aquela história de amor ao seu par, por vezes de sentimentos inexistentes, outros de lagrimas se beijavam, acreditando terem o amor verdadeiro nos olhos da pessoa respirada.
Tudo aquilo era de diferença abismal ao que eu e ela sentiamos um pelo outro, nós criavamos a história além das linhas e entrelinhas do mestre escritor, nós moviamo-nos olhando-nos e tocando um no outro para além da mão e movimento do actor. Para mim ele era voz off. Eu não o ouvia, eu era a personagem que podia ali, naquela peça senti-la.
O toque na sua pele dura e suave de brilho, a mim dava-me a felicidade extrema e única que todos os pobres assistentes pensavam sentir junto ás suas..."amadas".
Ela amava-me e eu amava-a.
Mas eramos bonecos.
E no final de cada história contada, eu vinha exausto de tanto amor, amor esse que me tiraria a respiração se eu certamente a tivesse. No final de cada teatro de paixão verdadeira entre nós dois realizado, iamos para uma caixa de cartão como outros bonecos quaisqueres.
E ali ficava eu sabendo que tão perto no palco estávamos, e tal era a distancia entre nós.
Mas eramos bonecos, e na escuridão da caixa de cartão onde o toque duro e frio de outros bonecos me afastava de ti, eu sonhava um dia poder te amar. Talvez um dia te tocar.
Mas eramos bonecos... Vivíamos num mundo diferente onde tudo e todos incluindo nós, existiam além de nós mesmos e do nosso amor.
Naquela caixa de cartão eu sonhava e pensava em ti.
Eu dormia contigo todas as noites, e sabia que tu tambem dormias comigo junto a mim, respirando comigo.
Mas eramos bonecos de outros, movidos por outros.

Alguém, um dia por algum motivo, num alinhamento feliz de qualquer planeta a mim desconhecido, alguma estrela morreu ou alguma nasceu, para aquilo a mim ter acontecido!
Alguém um dia deixou cair a nossa caixa de cartão, eu, feliz por poder fugir agarrei-a minha amada que estava junto a mim que tambem talvez por qualquer outro alinhamento criara a minha felicidade!!
Não sei... mas a minha amada e eu não fomos os unicos a cair, foram também todos os outros bonecos de madeira fria, amigos inexistentes, foi tambem a felicidade do nosso actor, o nosso deus.
Ele morria, tinha a doença que eu nunca quis ter. Ele estava apaixonado, na solidão.
De dias contados e sentimentos perdidos, ele embriagado de alcool E tristeza E raiva E sofrimento E AMOR NÃO CORRESPONDIDO. Agarrou em nós de olhos incendiados possuido pela solidão e libertou-se de cada um de nós atirando-nos contra o pequeno quarto do artista que em tempos brilhante me dava o toque de amar o toque e perfume dela.
Deixou ali na escuridão da noite a sua presença passada e memorias antigas para viver sozinho no seu sofrimento num outro local qualquer do mundo onde o circo não estivesse, pois a sua amada já mais não estava.
Eu no partido no chão iluminado pela lua, que tantas vezes recitei por palavras de outros mestres a ela, so tinha agora tal como o meu deus, a ausencia e as memorias daquilo que tinha sido.
Não me importava ter perdido pedaços de mim na fúria declarada do meu criado, foi ele que viu em nós os olhos da sua amada. Eu sabia que se um dia a perdesse era nele meu amigo que encontrava as suas lembranças e sabia que a mim...a mim... não sei, não me atrevo verdadeiramente a imaginar a sua ausencia, não quero sentir isso...
Pouco importa pois, tanto eu e ela somos bonecos.
E os bonecos não têm sentimentos.
E estamos os dois perdidos eu separado dos meus membros, tal como ela partidos pelo chão misturados por outros bonecos de madeira fria.
Olho as estrelas e anseio pela manhã, pois sei que nela virá o fim, nele não sentirei a tua falta, talvez queimados partilhemos o calor, as nossas cinzas, e possamos ascender aos céus não separados, mas num só véu de fumo em nós proprios.

Ao iluminar do céu da ponta do universo , algo se mexe, uma claridade de um ponto que brilha e deixa um rasto iluminando todos os seres da noite e dia, uma estrela atravessa todo o universo ali so para mim e ela, duma forma interminavel o céu é iluminado para nós, na eternidade da estrela que brilha...

-Quero poder ama-la como se amam os humanos, nem que seja so esta noite.

Algo se apodera de pedaços de bonecos partidos tão diferentes de todos os outros e os eleva no céu para os trazer a um chão frio.

Encontro-me no frio a abrir os olhos que nunca tive.
Encontro na minha frente um corpo de um perfume belo, incrivel... eu consigo te absorver no teu perfume.
Caminho na tua direcção de olhos fechados embriagado pela tua presença e pelo calor que sempre tiveste presente. Sinto no fundo das minhas entranhas um corroer de ardor de felicidade ao abrir os olhos bem perto de ti.
Toco-te e acordas.
Abres os teus olhos e sorris ao reconhecer-me, supiras...

-Quero poder amar-te como se amam os humanos, nem que seja so esta noite.

Sem forças na carne das minhas pernas nunca antes tao fortes, para me manter em pé corro pelos pequenos centimetros que nos separam de encontro aos teus lábios sedosos de solidez humana.
Trocamos olhares e palavras, o meu pequeno toque no teu toque, o teu perfume pelo meu, deslizo os meus labios pelo teu corpo que pareço conhecer melhor que o meu, onde tu suspiras um calor que me faz tremer para rebentar com tanto sentimento que guardo dentro de mim.
Só a tua presença mata-me nos pulmões, beijo-te mas não consigo respirar pois quero absorver-te, és mais valiosa que qualquer particula de ar que me alimenta um pouco mais para te poder beijar um pouco mais.
Encontramos os nossos corpos um no outro com uma facilidade de encaixe perfeito. Imagino como nos invejam os humanos que sempre quiseram ter mas não conseguiram ter uma união como nos dois.
Não nos tocamos só, mas unimo-nos um para o outro onde a minha madeira é a tua madeira e é a mesma matéria que liberta calor apesar do frio que faz lá fora.
Trocamos beijos, pois não há amanha, trocamos amor através de gestos repetidos na sombra da lua sem um futuro à vista. Todo o tempo do universo desde o principio ate ao fim está condensado naquele momento onde estamos juntos num só e para sempre ficaremos, sem um amanhã.
Vivemos realmente um para o outro na eternidade de uma só noite.
Falamos entre nós aquilo que sempre quizemos dizer mas nunca dissemos por que eramos... bonecos, eu partilho contigo todos os meus sentimentos como nunca pensei partilhar o que quer que eu fosse, tu falas para mim como se eu fosse tu e tu eu.
Não existe em nós dois nenhum espaço. Não há nada entre nós. Nós Somos AMOR.
E ficamos ali partilhando-nos por palavras e toque.
Ficamos ali trocando calor e sentimentos de amor.
Criamos o perfume perfeito do nosso suor e da nossa felicidade.
Juntos partilhamo-nos como nunca tivemos oportunidade no passado.
Ficamos ali...
Ficamos ali...
Sem tempo.
Ficamos ali nós dois.
Ficamos ali ate adormecer.
Ate amanhecer.
Pois não há amanhã.

E de manhã alguem pega nos nossos pedaços, e em todas as peças restantes da madeira fria.
Madeira fria que alimenta o fogo.
Nós dois iluminamos o fogo com o nosso amor, ficamos para sempre a dançar nas pequenas labaredas e no fumo libertado daquele pequeno quarto onde uma noite existiu a felicidade perfeita.

Bonecos partidos num circo ambulante.


"Acabei ontem de ler um dos teus livros. O Pedro tem todos e eu leio-os porque é a unica maneira de sentir que estou contigo. Era uma historia triste e estranha , de dois bonecos partidos e abandonados num circo ambulante que pelo espaço de uma noite ganhavam vida sabendo que iam morrer quando amanhecesse. Ao lê-la tive a impressão de que escrevias para nós"

"O jogo do Anjo" Carlos Ruiz Zafón



N.A. Escrevi esta historia porque me apaixonei so pela sua ideia, presente no livro. A historia não existia, e eu precisava de te-la.
Decidi cria-la o melhor que pude.


Mitghefüll