segunda-feira, 23 de março de 2009

Posso fazer mais Perguntas?


(clicar na imagem para ler)
Mitghefüll

quinta-feira, 19 de março de 2009

Cofissões ao moleskine - II



(...)
Como assim? Vamos viver sempre assim? Viver a vida como velhos, assistindo às velhas lembranças da vida, a passarem pela mente como se vê um filme?
E como é por vezes não recordarmos a sua história.
Sabemos apenas que foi um bom filme.
Mas digas o que disseres, simplesmente não me diz nada. E se algo não me diz nada, não tenho resposta para ti.
Como pode ser assim? Se as recordações somos nós? E nós não temos nada a dizer? Vai ser tudo tão futil assim?

Se te quero relembrar eu lembro, não assisto ou revejo.
E é isso que é a saudade, não vou ficar estagnado aqui, olhando o passado como se fosse de outro alguém agora que o encontro, vou-te olhar de sorriso e dizer que te vejo agora e te relembro em saudade.
(...)

E se não tenho mais nada a dizer, excepto o desejo de te contar o universo, eu durmo. Quero, se quero contar-te todos os emaranhados de pensamentos. Mas durmo, porque talvez amanha eu esteja vivo, para, tal como hoje desperdiçar a vida.


Mitghefüll

quarta-feira, 11 de março de 2009

Confissão ao moleskine - I


Vivendo assim todos os dias de forma arrastada...
Rastejo pela realidade, sobrevivendo aos acordares lentos da manhã.
Suportando a vida não vivida, na monotonia.
Entregando-me à rotina laboral, largo os pensamentos na cama.
E volto à noite a ler o que escrevi no dia anterior.
Como se não fosse eu ali.
Estou perdido na vida lograda de ser mais um milhão.
Vou ter de fugir novamente para longe e ser novamente eu.
Nesta vida de formigueiro, andar cabisbaixo, cumprindo funções, desaprende-se a viver. Andamos de olhos mal-abertos, sempre cansados, de pestanas pesadas.
A vida na minha fugida tem outra luz.
Por muito cansaço, por muito frio, medo ou dor. Fugindo por entre montanhas perdidas...
Tenho a visão aberta ao mundo verdadeiro, cheio de nuvens, àrvores pequenas, pequenas casas, cidades pequenas, tudo em visões de pequenos mundos a brincar visto no topo da minha montanha, vê-se tudo ao longe, apesar do forte vento frio, perco-me na imensidão da paisagem.
A vida la fora tem outra luz.
Vou fugir?
Vamos fugir?
Vamos matar a realidade e fugir com a liberdade, para onde a monotonia não nos encontre. Fugir para o mundo de encantar.
Sentar no topo da felicidade e vêr o pôr-da-tristeza.
Olhar o amor nos olhos, beijando-o no seu conforto com calor.
Sempre a sentir, sempre a respirar...
E eu sussurro...
vamos tentar sem pensar?


(escrito no moleskine em 10/3/2009 ás 23.50)
Mitghefüll

quarta-feira, 4 de março de 2009

Praia da Saúde


Alguem conhece?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Agora que não estamos juntos.



Dança comigo.

Oh como eu queria saber como dançar o tango, dançarmos nas sombras um com o outro na nudez da realidade.
A chuva a deslizar pelas nossas faces enquanto te olho fixamente e dançamos.

Vamos parar de dançar e fumar um cigarro.

Vamos olhar-nos através do fumo e ondular pelo seu espirito queimado do tabaco.
Olhar-te além dos olhos conseguindo a tua alma.
Beijar-te levemente no pescoço a arrepiar com um toque subtil todo o teu corpo até à ponta dos pés.
Teus pés de unhas pintadas a vermelho.
Dançar entre o som tremido que desliza pelo violino.
Ele chora para nós.

Dançamos por entre nossas cartas velhas, dançamos entre os nossos olhares atravessados pelo fumo da sala.
Nos quartos de luz amarela voltada para a parede, encontro sombras maiores que a mais impura das realidades.
Dançar por entre os contos de fadas.
Dançar por entre historias e amores.
Dança comigo agora.

Enquanto chove.

Eu rendo-me ao mundo de braços abertos, ao meu mundo sem ti, eu rendo-me ao meu tango solitário de fortes sons tristes.
Abraço a chuva como companhia.

Agora que não estamos juntos como nunca estivemos.
Danço.
Apreciando a sinceridade da chuva.
Só ela chora quando ninguém derrama.

Sento-me no telhado là bem alto, apreciando o meu por do sol chuvoso.
Porque aqui estou sozinho e aqui danço ao som do fumo.
Ao som da chuva.

Mitghefüll

domingo, 1 de março de 2009

Escrevo para quem?

Praias, e estrelas candentes....

Bah, agora quero desaparecer.

Ficar dias inteiros deitado no sofá sem pensar a disfrutar da televisão, ver os Simpsons até me esquecer, adormecer e acordar a ver Simpsons, acordar e ver futurama, aquecido por aquele cobertor da minha mãe, adormecer quentinho e sonhar com o barulho da televisão, acordar de boca seca e ver mais televisão. Estar adormecido de pensamentos de tudo o resto.

Agora quero puxar a minha mochila para as costas e ir para algum lado marcado de desconhecido.
Andar, e andar sozinho, apreciando as vidas de desconhecidos de olhares estranhos e de vidas monotonas.
Ver o pôr do sol na paisagem reflectido nas ervas que fogem para o céu.

Gosto disso, desaparecer para onde ninguém me conheça.
Assim não preciso ser ninguém.

Rascunhos de cadernos, escritos ao contrario, escritos de pernas para o ar, preenchem as páginas do meu passado, vivo um livro que ninguem quer ler.