domingo, 30 de setembro de 2007

A volta ao Paraiso?


Eva- Eu já não posso viver assim!
...
Adão- Consegui que voltassemos ao Paraiso, e tu aborreces-te?
Eva- Faltam-me todas as comodidades.
...
Eva- Estou farta da Biblia..!
Adão- Tu estás doida!?
...
Eva- Queria um cigarro!
...
Adão- Tu queres fumar?
...
Adão- Mas eu desconheço-te, Eva!
...
Adão: ...esta serenidade é enervante
Eva: E este silêncio é ensurdecedor.
Adão: Já não podemos suportar o pesado fardo da nossa felicidade.
Eva: Que horror, ser feliz há dez mil anos!
Adão: Entretanto, eu sou o pai do homem, e o meu dever é ficar aqui eternamente, na beatitude desta luz doirada, debaixo destas árvores patriarcais.
Eva: Pois eu estou aborrecida e só fico no Paraiso com uma condição.
Adão:Qual é?

Eva
: Quero ir passar os domingos ao inferno.....


( Julio Dantas- Diálogos {1928} )


by: X.Y.U



sábado, 22 de setembro de 2007

Noite ou dia?

"Começo a perder a noção do tempo"


Vitor Marques

terça-feira, 18 de setembro de 2007

All night long.......





"Sente só este poder..! "

Deixem-se de rodeios, mas a boa vida é constante!
Finda o verão e começa o Inverno, onde está ai a mudança?
Bom, apenas nos trajes...

A festa ainda mal acabou!
Agora veste-se gola alta, os corpos passam a estar bem mais escondidos, mas mesmo assim há sempre uma ou outra "brasa" cujo fogo custa muito a circunscrever. Mas assim seja...até porque se assim não fosse, o mundo perderia muita da sua piada!

Vamos lá então dar continuidade á festa, porque afinal de contas a vida é curta, mas as festas , pelo contrario, são bem longas e tem que se aproveitar!

Que o bairro alto se encha de gente, que o som domine tudo o que é pista...
Que a brutalidade, a insanidade, a eloquência e a demência tomem conta da capital!


Bem vindos á minha próxima realidade.

E que curtam tanto como eu

" Ah, é este o power de que te falava! Sentes-te Grande, Grande, Grande... o som faz-te voar"

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sem mentiras, avô! Sê realista..

Predestinado está uma dura vida de trabalho!

- Mas o que é isso de trabalho?

Trabalho, bom, então o trabalho não é nada mais, nada menos do que o motor económico de uma sociedade!

- Hmm, espera..!

- “…Motor económico.” Explica-te!

Ora bem, isso será mais complicado de explicar, mas tenta ver isto por este prisma:
Tu tens um coração, e o seu principal objectivo é manter-te vivo, e para que assim seja ele tem que estar constantemente a trabalhar, sendo esta actividade bastante difícil….

- Como é recompensado o seu trabalho?

Era mesmo ai que queria chegar.
Diria que manter-te vivo é a sua recompensa, mas não me posso esquecer dos consequentes cházinhos de sangue que vai recebendo, de modo a que a sua sede seja saciada e para que continue o seu bom desempenho!

- Sentir-se há ele realizado?

Sim penso, que sim…. A sua principal motivação é manter-te vivo, logo se ainda o estás é porque ele está realizado!

- Então se a sua recompensa é apenas um pouco do sangue, porque tem que ser a nossa recompensa pelo trabalho o dinheiro?

Porque nos somos animais racionais! Porque desde muito cedo que o homem faz trocas, ou seja, desde há muitos séculos que não “existem” ofertas! E como tudo mais na vida, esta coisa das trocas evoluíram e quando menos se esperava já circulavam moedas, notas e tudo mais! Adivinhava-se o início do fim!

- Inicio do Fim? Que historia é essa?

O início de uma nova era, de um novo mundo, de novas economias, de novos homens, novas mulheres, novas crianças e o início das grandes guerras. Quanto ao fim, (cigarro em punho, olhos petrificados) tudo o que havia de genuíno acabou, até nos passamos a ser números, estatísticas, até como moeda de troca somos usados!

- Coisa horrível, hmmm! Começou a compreender este mundo. Mas só mais uma coisa, desmistifica-me essa coisa a que chamam “ Bem-estar”?

Não existe bem-estar sem um bom coração, sem uma boa economia e sem uma boa meia dúzia de reis dentro do teu bolso, caso contrário, isso não é bem estar, é apenas alguém que nada tem mas que gostaria de ter, e que tenta fazer-te ingénuo para o que é na verdade a vida!

- Sim, mas fala um pouco mais disto!

Ok, não te vou mentir. Há coisas em que o dinheiro se revela inútil, como por exemplo no que respeita á saúde, lá está, em relação ao teu coração, pois os meios e as maneiras como um e outro são remunerados são totalmente diferentes. Mas em relação ao resto, esquece, vê só:

Sem dinheiro não:

- Comes

- bebes

- dormes

-tomas banho

-não lavas os dentes

E ainda estava só em algumas das nossas necessidades mais básicas!

O dinheiro não é tudo, sim senhor, tudo muito bem!

Mas sem dinheiro serás tu alguma coisa?



by. X.Y.U

domingo, 16 de setembro de 2007

Muito tempo sem aparecer por aqui

Até um dia destes...
16hras de trabalho por dia até outubro deixa pouco tempo para escrever!

Um abraço a todos

quinta-feira, 13 de setembro de 2007




Sabias que um dia ofereci a lua a outra pessoa?

Peço desculpa...

Mitghefull
Fonte imagem: DevianArt

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Terra molhada

Estava um dia de sol e calor, eu brincava pela casa da minha avó.
Era uma casa velha, com o característico cheiro a casa antiga, aquela sensação de lar acolhedor de amor dos avós.
Paredes grossas que mantinham o calor lá fora, quadros e tapetes antigos...
Eu eu brincava por lá... pela varanda, andando descalço pelo chão de cimento, bem quente, era quentinho, estar ali sentado, sabia bem.
Brincava e brincava, até ouvir o barulho da trovoada, aquele som que faz tremer o peito, metia medo.
O céu estava escuro lá ao fundo, mas o sol ainda me aquecia.
O vento soprava forte, mas era um vento quente.
A minha avó chamava-me para ir para dentro de casa, mas eu não queria.
Queria saber se chuvia ao sol.
Até que as pequenas gotas frescas cairam.
Não tive alternativa senão ficar atrás das fitas verdes que estavam na porta.
E cheirei algo...
Um cheiro saboroso, quentinho, reconfortante, frio....
Cheirava a terra molhada, um cheiro parecido ao de quando o meu avô regava a horta.
Mas ali não havia sujidade, era a atmosfera quente e cheia de humidade, o som assustador dos trovões, os relâmpagos, tudo demasiado assustador para uma criança pequena.
Fugi para debaixo da mesa da sala de jantar, fiquei ali a ouvir a chuva e os trovões.
Mas os trovões desapareceram e ficou só a chuva, timidamente fui de encontro á janela observar através dos vidros grossos e salpicados a chuva a cair, o sol tinha desaparecido.
Fiquei ali a apreciar esta sensação nova de terra molhada, beliscando a tinta branca que saltava da janela velha.
Encostei o nariz á janela, a humidade da minha respiração condensava no vidro frio, não estava triste, não estava contente, sentia-me bem.
Fiquei ali de nariz molhado á espera da chuva passar, talvez até quando a minha mãe me fosse buscar continuasse a chover.
Brincava no vidro embaciado, expirava e fazia desenhos.
E continuava a chover, do outro lado do vidro, a água escorria, a varanda estava molhada, cheia de pequenas pocinhas entre o cimento e o que restava do velho chão de tijolo antigo.
A pouco e pouco, as gotas cessavam, o telhado do galinheiro não fazia tanto barulho agora, caía menos chuva.
Aventurei-me a pouco e pouco varanda adentro, a minha avó tinha adormecido na poltrona enorme da sala enquanto me observava.
As nuvens espalhavam-se, os raios de sol espreitavam.
Entrei descalço na varanda molhada, consciente do meu crime capital, mas tinha de aproveitar, a avó dormia e não me podia tirar dali agora.
O chão de cimento estava ainda morno, mas agora tambem húmido.
Entre o cimento e os antigos tijolos, crescia um pouco de musgo que fazia cócegas nos pés descalços.
Eu tinha a altura suficiente para encostar o queixo ao muro da varanda.
E ali fiquei, observando ao longe as nuvens outrora carregadas, douradas pelo pôr do sol.
Sonhava saltitar por aquele algodão, brincava entre nuvens, imaginava estar lá no alto por cima daquela paisagem alentejana cheia de terreno recentemente molhado e quente.
Enquanto imaginava, o pôr do sol aquecia-me, eu arrancava pedaços de musgo que crescia no muro da varanda.
E saltitava por cada nuvem fofa e dourada.

Foi assim que conheci o cheiro a terra molhada.

Mitghefull
Fonte Imagem: DeviantArt

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O instinto da hipocrisia humana.

O ser humano tem por base ser hipócrita, e as duas grandes bases que eu encontrei por entre pensamentos são:

A monogamia e a solidão.

É uma estupidez tradicional, reforçada pela história, igrejas... O ser humano é um animal, como animal, o seu unico pensamento é andar por aí a fazer sexo que nem um coelho a fim de perpetuar a espécie. Mais cedo ou mais tarde em qualquer relação uma das pessoas fracassa ou, é assaltado pelos pensamentos, de andar a dar quecas por fora, sem que este ou aquela saiba.
Pertence a cada um manter esses pensamentos do animal bem guardados, afinal, hoje em dia vivemos em sociedade, e além disso há que ter em conta que mais tarde ou mais cedo sabe-se.
O medo é outro instinto, desta vez menos hipócrita.
Há que aceitar, o ser humano não é monógamo.

E o que leva a monogamia á solidão?

Ou vice versa, dá para os dois lados...

E o que leva a solidão á monogamia?

Faz parte da nossa hipocrisia...

Movida pelo medo, a solidão força a monogamia, o pavor a viver sozinho, a necessidade de ter alguém sempre para nós, o desejo do calor humano para toda vida, o querer do amor...
A vontade de perpetuar a espécie, camuflada pelos sentimentos conscientes...

A solidão essa, é querida pelos seres humanos mais uma vez hipócritas, quando monógamo, o humano sem medo, tem a solidão como apetecida. O desejo de perpetuar a espécie com outros seres da mesma raça. A poligamia animal camuflada pela vontade do ser humano em ser sobrenaturalmente consciente.

O amor esse...infelizmente não existe.
Estar apaixonado, tem o equivalente quimico a comer queijo, chocolate, e até uma boa dose de drogas.
Infelizmente o amor é quimico, e não magico.

O ser humano é um animal como os outros, apenas diferenciado pela benção do pensamento.

Há que relembrar isso.

Somos uns hipócritas paradoxais, movidos pelas antíteses dos sentimentos.
Os sentimentos esses são finitos, têm a sua época.
Os sentimentos infelizmente, são contraditórios.

O ser humano esse... é um hipócrita.

Mitghefull

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2007

Se eu tivesse uma boa maquina

Tinha apanhado os pombos todos poisados no braço do rapaz, a qualidade era melhor....
Pa variar ainda mantenho a melhor foto na minha cabeça...

Vou começar a trabalhar na vindima durante uns tempos, muito tempo pa pensar.
Talvez saiam mais textos, talvez não saia nada...

Ate já =)

Mitghefull

sábado, 1 de setembro de 2007

Apetece-me falar

Apetece-me falar contigo.
Não sei porquê, tenho o desejo de falar contigo e conhecer-te melhor, saber quem és bem la dentro.
Ter conversas até altas horas da noite, aquelas conversas que são interrompidas pelos primeiros raios de sol a atravessarem a janela.
Apetece-me conversar longas horas contigo ja te disse?
Falar de tudo pouco me importa.
Musica, filmes, livros, o tempo, pouco-me importa o assunto a falar contigo, pode ser uma conversa sobre o existencialismo, a razão de viver, podemos ir ao comunismo, até facismo, sejas de esquerda, direita, podemos falar dos extremos de cada um.
Não sei, mas apetece-me falar contigo.
Olhar-te nos olhos e conversar.
Partilhar cigarros, ficarmos deitados a olhar o tecto e falar.
Só os dois partilhando varios momentos de cada um entre nós.
Só isso conversar.
....
....
Tenho é pena de não te conhecer.

Mitghefull