sexta-feira, 12 de junho de 2009

Agora se nao te importas, vou hibernar



Talvez ao contrário de tudo o resto.

Mas chega o sol e sinto a necessidade de me retrair, levemente para as sombras, onde o sol não destrua o meu despertar. Retira a necessidade de sentir, de saborear o verdadeiro prazer.

Que venha a chuva, fria e limpa que acompanha as minhas mágoas, que se vá o calor, e me atormenta as noites de consciencia excessiva.

Num verão pesado onde só os frios do dia são apreciados, resta-me esconder... e tentar olhar o vento que se aproxima...

Ao frio...
A respiração dança diante de mim perante cada expiração...
O tremer para me viver...
Tudo me lembra que estou vivo no frio...


Cidades de calçadas molhadas.
As luzes amarelas da cidade.
O quente numa fria noite de outono.
O calor da companhia, a partilha de uma duzia de castanhas...


Lá fora neva..
Lá fora faz chuva...
Olho a janela e vejo do alto do nosso palácio um nevoeiro cerrado.

Porque tem que existir uma vida sem futuro previsto.
Hiberno esperando o verão passar.

O frio relembra-me que estou vivo.

O sufoco deste calor mata-me a mente...

"É facil amar
E ser amado
É só ter jeito para falar o que é melhor de ouvir
Mas o calor que é tudo o que é bom
Só acontece quando nada é claro
"*

O calor que é tudo o que é bom...
esse sente-se no frio.

E agora se me permites...
Enquanto vives...
Vou dormitar...

Mitghefüll

*Ornatos Violeta : 1Beijo = 1000

1 comentário:

Eleanor Rigby disse...

É uma pena que não te sintas vivo cada vez que um raio de sol aquece a tua pele. É uma pena que não te sintas vivo em cada gota de água que certamente te escorre pela cara nessas quentes planícies alentejanas.
É uma pena... porque apesar do frio e da chuva reconfortarem tanto a alma... o sol dá-lhe uma nova vida.

:)