terça-feira, 14 de agosto de 2007

Solidão

Fumava um cigarro antes de ir para casa.
E tu vinhas sozinha... envolta nos teus pensamentos olhando para tudo menos eu.
Eu conhecia-te. Estavas naquele bar onde se partilhava uma musica incomum, era a minha musica da adolescencia.
Um bar incomum e uma rapariga incomum estava por la.
Enquanto saboreava o meu cigarro tu caminhavas na minha direcção.
Até que por fim cambaleando deste comigo. Pediste-me um cigarro e lume.
Eu perguntei-te o que tinhas achado do bar com a musica da minha adolescencia.
Tu respondes.te que era o teu genero de musica.
Eu ja me havia apaixonado muito antes quando te observava.
Falámos durante horas junto á fonte adormecida da praça.
Aquela fonte passava dias a jorrar, mas naquela noite estava silenciosa.
Eu olhava os teus olhos castanhos cheios de mistérios, discutimos sobre musica, filmes, livros.
Já era de dia.
Despedi-me de ti com saudade depois de umas poucas horas que para mim eram anos junto a ti.
O teu sorriso nao queria despedidas, nem o meu olhar queria dizer-te adeus.
Até que por fim agarrei o maço, e não havia mais companheiros de fumo por compartilhar com um amigo imagiário.
Reparei que por vezes a solidão faz nos imaginar alguém que não existe.
Imaginamos perfeitamente a pessoa perfeita.
Mas por fim...
A cama está fria, não existem conversas de almofada.
Somos nós, e o silencio...
Até fechar os olhos, olhei-te nos olhos.
Minha perfeita imaginária.

By: Mitgheful

1 comentário:

Ana Margarida Cinza disse...

o pior é quando queremos matrializar uma perfeição em algo..e tudo se perde...apenas de cria tristeza, desolamento, solidão e muitas formas de dor...

o cigarro será sempre um bom companheiro :P para alem da nossa imaginaçao!