domingo, 6 de janeiro de 2008

Testamento

Cheira-me a coisas passadas.
Não me importo de ficar por fora de tudo isto, tà visto, tudo aquilo onde andei ficou guardado.
Percorri caminhos perdidos, e vivi momentos magníficos. Agora deixo tudo para trás, sem medo da estrada a percorrer.
Podes ficar com os meus livros, mas por favor lê-os.
Deixo a minha musica por ouvir, aos curiosos que me prescrutam.
A minha insanidade fica aos que me julgam louco.
A minha sanidade fica guardada aos que me lêem.
Salto em busca do desconhecido, em direcção ao precipicio, não procuro nada além do desconhecido, falo ca escuridão só pelo prazer da curiosidade.

Deixo tudo com um prazer extenso.
Deixo tudo com prazer de ter tido.
Um abraço.
...e muitos beijos por dar.

Mitghefüll

4 comentários:

Marta disse...

Passado algum tempo, vais perceber que o prazer de ter, é bem maior que o prazer de ter tido. Mas no fundo, já não resta nada que possas fazer para voltar atrás. São os escassos minutos entre a decisão tomada e o acto em si que te permitem voltar a repensar tudo e a desistir ou continuar.

Bonito texto.*

Eleanor Rigby disse...

cheira sempre a passado...e ainda bem!ele é parte de nós. Mas vai cheirar-te ainda mais a presente e a futuro e ai sim, vai ser perfeito= )

Boa Sorte!
(deposito em ti as minhas esperanças...lamego vai ser da cena, mas vais fazer falta)


*

L. Romudas disse...

Esta juventude já deixava de ler José Luís Peixoto... Depois ficam assim, catastróficos, apocalipticos, a pensar demais em vez de viverem a vida como ela é... Complicando cada passo como se cada passo fosse mais do que um simples passo.
Enfim, espero que isso passe mas que o gosto pela escrita fique e cresça ainda mais. Assim como o gosto por viver.

Ana Margarida Cinza disse...

decisoes de ano novo? :x