quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Eu tinha um anjo da guarda

Que horrível. Nós fomos em tempos amigos e caminhantes. Longos vão os tempos quando estavamos ao lado de quem precisasse, nós eramos a bondade espelhada nos olhos de outros.
Noutros tempos, nos tempos da luz, o bem respirava-se por entre o ideal dos mortais.
A paz interior do, eu, de alguem, era minha e de todos nós que existíamos para isso.
Que aconteceu aos tempos aúreos, que aconteceu ás nossas companhias, para onde foi o caminhar de mão dada com os meus amigos eternos sem vista do sempre? O nosso para sempre?
Até a luz nos começa a abandonar, as noites são mais longas, Deus nosso senhor desapareceu desde à muitos séculos atrás, os anjos da guarda são agora anjos errantes. A luz filosófica do amor eterno entre os seres, a vida terrena, a suposta vida que os guia para a eternidade foi perdida. A vida de agora é, e será o sentimento do segundo sentido.

Os anjos da guarda deixam a eternidade para sentir o amor terreno, apaixonam-se pela musica e pelas sedutoras danças do fumo do cigarro, os olhos verdes de uma mulher comum são capazes de criar a vontade de perder o para sempre. A inexistencia da luz, deixou-nos... sózinhos, abandonados do seu amor antigo.
O salto de um anjo provoca a sua última queda imortal. A vida acaba facilmente.
Os anjos deixam de existir de dia para dia, e a culpada disso é a paixão pelas coisas terrenas.
A luz perdeu a fé nos seus seguidores, os seguidores perdem a fé na luz, os seguidores saltam para a vida do sentimento humano. Os antigos seguidores eternos perdem o seu para sempre acabando cada um no leito dos mortais.

'Para sempre do sempre'?
Não.
Nem os anjos vivem para sempre.

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