terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Caro moleskine

São muitos estes meus afazeres que me impedem de estar presente em tuas folhas.
Em vida feliz, não há presença da minha caneta para tua alma.
Quando vives tanto, não sentes a terra a rodar, não há guitarra ou pena que chame por ti.
Já nem o frio se encontra a sós comigo, ele decidiu dar-nos um tempo de afastamento, teve de ser, com tantos casacos e aquecedores disponíveis. Graças à sua ida fiquei doente, sinto a sua falta quando me afasto do calor, dando asas às doenças para me visitarem, ele mantinha tudo à distancia, excepto eu.

Todas as noites deixo a minha janela de estores abertos, enquanto vejo televisão antes de adormecer, deixo-lhe também um banco na varanda para se sentar a ver um qualquer canal comigo antes de adormecer.
E ele fica ali a olhar-me ausente do meu corpo que não treme, ausente pelo calor e sua vontade de me fazer sentir. Acompanha-me noite dentro até os primeiros raios do sol aquecerem minha casa e se evaporar.
Tenho saudades dele, tantas que já me dói o punho de tanto escrever, se só escrevi meia dúzia de linhas....

Amanhã se não estiver feliz, terei o maior prazer em estar doente e falar contigo de arrepios.

1 comentário:

" disse...

"Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!"


alberto caeiro.