terça-feira, 10 de maio de 2011

de novo não

Interrogo-me muitas vezes ao não escrever sobre o que sou,
fico sozinho e nunca me pergunto para onde vou,
caderno em branco
ou carta livre nunca me dá para escrever tanto,
fico-me por meia duzia de letras ou tristes versos,
nenhum deles de sentimento franco.

Pensamentos perdidos,
os reais saberes submersos,
esses nunca ficam realmente retidos
ao que me interessam esses universos.

Tenho tanto para dizer e essas palavras não passam de tristes órfãos,
tão sublimes e ignoradas letras que outros poetas convocam,
emparelhadas rimas em simbiose, orgias de tons,
onomatopeias e dores que me provocam.

Sou sempre deambulante,
perdido turista provocante,
real ignorante
a quem escreve de forma constante.

Sou sempre aspirante,
de tal forma irritante
que me deito de forma arrogante
querendo ser mais importante
olhando estes textos tão pobres
que anseiam beleza,
a nenhum poeta são esfoliantes.
Sou e serei sempre
uma constate tristeza.

Tanto querer demonstrar
tanto sentir a derramar
estas fracas letras
não seguem minhas franquezas.

Resigno-me então
ao pouco que posso dar então.
Não sou nada não.
Leiam outros, peço perdão.

Sem comentários: