quinta-feira, 22 de maio de 2014

Voltar, Voltar a viajar - Return, return to traveling

SEGUNDA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2009


Voltar, Voltar a viajar - Return, return to traveling

"It's a funny thing about comin' home. Looks the same, smells the same, feels the same. You'll realize what's changed is you."
The Curious Case of Benjamin Button.



It's weird to return home after all what happened, its strange to wake up at noon to lunch with your mouth tasting like paper, everything is exactly how it was when i was 5 or 10 years... But different...

Where i had been, where we had been.. Everything worked in a strange routine, where every monotonous twilight were different from one another... Tiredness  didn't have the tedium impregnated.
The cold tastes like cold, the heat tastes like heat, but by returning, everything tastes like undesirable, uncomfortable, the rest kills the thoughts, it blinds the ramblings of insomnia nights... In the other world, outside, we slept badly and baldy accompanied, still we rested more in an hour then in a week in home sheets.

Try to write now in your couch, you will easily see the difference between an uncomfortable bench in a bus, train or the beach, and they will give you a fluidity in mind over your life and destiny. The destiny needs to flow in order for you to touch him and you learn his thinking...yours.

Return home for a brief wish of meeting again the past, brief, no more then unpacking and packing again, no more than a bath and a kiss to family and friends. We have to leave again for the unknown and non familiar stops. Before the memories forgotten in the drawers get lost in the dust and we get mingled with them.

Return home to the place that saw us born and don't be able to be the same that left...


Ver uma incrível beleza, num local tão simples.
See incredible beauty, in such a simple place

Conseguir Captar Aquilo que realmente estamos a ver.
Be able to capture what we are seeing.
Tirar fotos a estranhos de situações estranhas =)
Take photos to strangers in strange situations =)
Ver uma paisagem sempre desdenhada, mas...
Se a always scorned landscape, but...

Fugir da lua oferecida...
Runaway from the given moon...
Um recordar ao sofrimento...
Or remenber a past suffering
A chegada esperada do descanso a uma directa.
The return of a wanted rest after a night without sleep.

Return home is never the same after leaving
I rather travel till i have no more strength to separate myself of the memories
travel,  wander, get lost, know myself.
Know you.
And stay here in the past, till i don't have anymore strength to create the future.
Till there, I have horror if my memories evade
Meanwhile,i will live at maximum, so whatever i remember, would be phenomenal.
Vitor Marques

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

finito

Atinjo um beco sem esperar saída.
Fico-me somente,
nunca olhando, nunca em busca.
Fico parado encarando o nada, porque ao nada cheguei com tanta pergunta,
agora só me resta aceitar e não esperar.
Sentado, de braços cruzados e cabeça baixa não esperando, a postura triste, aceite no fado compreendido.
Cheguei ao meu limite.

sábado, 23 de julho de 2011

Sei que sim e sei que não.
Sei que tudo é em vão.
Tudo se mostra e compreende.
Tudo se entende e aborrece.
Tudo tão extenso e inútil.
Nada é mais verdadeiro ou falso.
Além da rotina tudo é fútil.

Para que serve então o fado,
se só me causa desagrado?

Bichos e animais
com suas filosofias se fazem demais.
Vejo a vida que passa no beiral sentado,
todas as 'ologias a que se fala
nenhuma trás espanto.
Observo encostado o aborrecer
usado que é viver, tão gasto..
Adormeço...devagar adormeço...
Sem nada para aprender.
Adormeço...devagar adormeço...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vapor de ideia

Sei que ontem antes de adormecer escrevi uma folha inteira, inteira de fragmentos, cheia de rascunhos, retratos de folhas mais pequenas, livros de histórias, poemas de embalar, canções de apaixonar.
Alem do que mais enchi das linhas vazias, sei que algures por entre elas, no meio de uma qualquer das paralelas ficou uma ideia, simples e sublime, genial, talvez humilde e empobrecida, mas sei que era singular.
Tão única que ficou esquecida, mal os olhos se fecharam a morfeu encostado, todos os sonhos me roubaram.
Era linda, soberba, uma história romance, Eva e Adão, no jardim do Éden e depois?
Foi-se, tão bela prosa pelo meio de outros poemas, folhas carregadas de letras, agora evaporadas, sei que escrevi, que sonhei, mas não sei se acordado.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mulher bonita numa praça sozinha

Sentada na esplanada, não senhora mas mulher, vestida de preto, sozinha, olhos pintados de sombras vestidos, saia simples, meia simples e blusa de malha cobrindo os pulsos beijando as mãos, coisa simples. Mulher, contendo tudo o que de belo trás o feminino, enverga longos cabelos muitos escuros nem pretos ou castanhos são de seda.
Pose em guarda perante a praça, cruza as pernas e ergue de uma mão um autoritário cigarro, por lá fica, horas a fio, semeando pelo ar caminhos expirados de fumo sentido, olhando o ar, vendo nos caminhos percorridos velhas histórias antigas, quem sabe imaginado, a viver o que sonha, cria a vida nova, sonha muito, horas a fio, sentada em guarda perante a praça.
Talvez lembre, talvez espere, da esguia forma ergue-se um subtil desagrado, talvez de tanto lembrar, talvez de tanto esperar, talvez de tanto sonhar.
A mulher não olha a praça, agora os seus olhos negros cobertos de sombra moram junto ao chão, olhando uma infinita pedra lá não presente, tão pesada tão pesada que a puxa cada vez mais para si, cada vez mais adentro, sempre ao fundo.
Lágrimas esborratam o negro, rios de escuridão trespassam a beleza e revelam da firmeza feminina uma criança, tão inocente de lábios contrários ao sentido feliz, bochechas inchadas já não são polidas são perdidas, inundadas.
Mulher esta, a não senhora, tão firme chora que se ergue uma criança, tão bela e sedutora era, embala agora a praça no seu pranto.
Talvez lembre, talvez espere, talvez sonhe.
Tão delicada senhora, mulher, menina e moça, tão sozinha tão comum, deixou de ser o belo, para a ser a pena, o triste choro que amarra o coração de quem vê.
Se lembra, espera ou sonha, sem consolo inunda a praça, não é mais aquela bonita, esse
oásis de mundo inteiro, só é delicada, uma criança que chora, que soluça.

Rotinando

Somente em horas tardias se fazem vontades tardias,
a velha vontade de escrever o que vem cá dentro,
ou talvez nada se diga, salta o cansaço sobre todas essas cantigas,
mais que o pensamento aflito, pesam as rotinas.

Sobrevalor de vida à vida, isso nós lhe damos,
horas a cumprir, tempo mal gerido,
já vai tarde o tempo de aborrecer,
prolongar o tempo, sem saber que lhe fazer.

Sendo que o natural seria ir adormecer para a sombra, sentir a brisa que refresca o calor, observar todos os outros que entram na cidade, todos que saem das sombras dos beirais, cada um à sua vida, cada um suportando seu calor para não chegar atrasado. Eu, à sombra, adormecido, aborrecendo o tempo, fumando cigarros, amansando a relva, sonhando coisas antigas.
Quero sonhar coisas antigas, não temer o passar do tempo, não usar relógio, ficar pela sombra sem telemóvel, sem ninguém saber onde estou ou onde fui.
Ser eu, sem ninguém que me pergunte:
Onde estas?
Sempre podia responder:
Não sei.
Quem de nós hoje crescido tão crescido e de carteira preenchida pode dizer:
Não sei,
nem onde estive,
nem onde estou,
nem onde vou.
Quem adormece só, hoje em dia à sombra?
Tão poucos que não encontro, há sempre tanto para fazer.
Oh,
quero tanto não saber que fazer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

S E N T I M E N T O

Um sentimento é coisa pequena, vem lá de dentro, vem sobrando do pensamento.
Vamos surripiando sentimentos á medida do respirar, enconstando os ouvidos à espera que cheguem, querendo ser, querendo querer, querer, querer querer...
Querer...
Queremos sentir.
Que vida se sente querendo sentir?
O sentimento essa coisa pequena, que se escapa da mão,
porque a deixas fugir?
Não entendo a razão de sentir.
Penso e vou vivendo de acrescento a esse pequeno bicho que sou,
querendo ou não viver, sempre perguntando, porque ei de sentir?
Sensações, quimicas, moléculas, electrões dispersos pelo meio de sinapses, fazem de mim mais animal que ser sentido, se nem penso, sou só uma carne quente, inflamada de sangue quente, cheio de merda quente, que mija mijo quente, que come comida quente, mas só sente o frio presente, essa ausência de calor e o fervor de ser alma maior.
Se só sou uma carne viva enrolada em manto rosa, que mundo a alma mostra?
Católicos apostólicos, Muçulmanos, Hindus, seitas sem fim, com ou sem receitas, cada uma criada, não por DEUSES mas macacos quentes, de anatomia mal feita, cheios de cancro e infecções, todos desejando ser mais que estar, ser além de morrer, todos sem alma, acreditando mover montanhas, movendo somente vontades, todos infelizes.
E a resposta?
O sentir vem de onde?
Minha alma é fria, ela existe em que parte do meu ser quente?
Somos animais, que brincam com as linhas,
animais que brincam com as palavras,
metafisicam séculos e séculos e não passam do mesmo,
um emaranhado de carne e merda quente, cheio de ideias quentes, cada qual com seu cheiro a merda, que do cheiro não passa.
Essa coisa que é o sentimento, provem de onde?

Metafísicas, já diz o outro...
ideias de merda já dizem outros...
Hoje em dia ninguém pensa nisso...digo eu...
Não há tempo, ou já todos desistiram, e serei dos poucos parvos que perguntam a resposta que não existe, ou já todos sabem e ninguém me diz,
ah mas não parecem felizes...
Certamente não sabem..
E o sentimento?
Terá que vir acompanhado com este nauseabundo cheiro?

São felizes, e não conseguem cheirar...
Porque só a mim me cheira a merda?
Será das altas horas? Talvez seja o ultimo acordado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A fraqueza humana provem do esquecimento,
tal é repetição que faz do sofrimento.

Porque não?
Lembrar tudo e tudo querer?
Talvez assim um dia consigamos viver.

Porque estamos condenados a repetir a estupidez que é sofrer?
Quem não queria ser sempre feliz, poder respirar felicidade,
grandes feitos e alegrias?
Tudo de alma cheia, realizada por mundo percorrido,
nunca esquecido.

Infelicidade essa que é esquecer a felicidade.
Esquecer o sofrimento, aquele cruel sofrimento que nos avisava que a felicidade se estava a acabar.
Cruel vida esquecida, cheia de coisas perdidas que nunca nos lembra o que realmente precisamos conquistar.
Cruéis estes versos, que mal chegam a ser versos.
São tão inteiros como esse esquecimento,
a real origem do negro sentir que ai vem.
Aquele que não lembro.
Porque fui feliz,
sofri,
senti,
pensei,
esqueci.
E hoje sou uma amalgama de buracos sem saber realmente o que fui,
o que vou ser?
Talvez esquecido do que sofro agora.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

calar

Passam um pouco distante por ai essas vontades das pessoas,
que não há ninguém que não fale,
ninguém que não se cale,
no entanto poucos ouvem
o que essa conversa contem.

Ficar a ouvir tanta gente a falar,
tanta conversa a estragar,
dá me vontade não estar.

Pouco se aprende neste andamento,
mais vale ler um livro,
e como os outros vou fingindo, existindo
o tal e qual que não sou,
mas vou sendo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Caro senhor Fernando do Brasileira.
Desde há algum que estou restrito das ruas, dos cafés, dos bares e das belas praças.
Tudo porque deixei de frequentar as bibliotecas, de seguida as livrarias eram impossíveis, sobrevivo a passear por alfarrabistas antes da hora de fechar.
Em outros tempos era assíduo senhor das bibliotecas, e elas minhas boas amigas, até que começaram a ver que eu não deixava os livros voltarem ás suas casas, foi então que começou uma perseguição à minha pessoa, os directores destas instituições publicas começaram a trocar impressões entre si sobre a minha pessoa, começaram a perceber que faltavam demasiados livros, toda essa falta indicava sempre a mesma pessoa, eu.

Começaram a organizar-se e a passear pelas livrarias, fizeram uso dessa massa humana que são os bibliotecários e os seus seguidores, depois contactaram as editoras, foi num ai, quando dei por mim estavam pessoas estranhas de óculos a seguirem-me no meio de estantes empoeiradas, cheguei a encontrar chips entre a contra-capa para tentarem localizar o tesouro dos meus livros emprestados...

Não posso ter culpa de não devolver os livros, quando vou a uma biblioteca escolho o órfão lá localizado e adopto-o, trato cada página como minha, cada letra acariciada e suspirada numa palavra bem dita, todo lido em voz alta. Que culpa posso ter se não os devolvo?
Sabe-se lá o que podem essas pestes que por ai andam fazer aos pobres órfãos, um livro de uma biblioteca. coitado, não merece esses destinos, ficar abandonado no meio de um velho edifício à espera meses e meses de que alguém lá vá, olhe para ele, o consulte e devolva à prateleira sem criar algum carinho que seja pelas suas páginas amareladas.

Como disse lá vou sobrevivendo nos alfarrabistas que me compreendem, e ás vezes até me enviam os livros para casa, mas este acto heróico destruiu-me a vida, acabaram-se as turtulias, há meia dúzia de chefes das elites que repudiam estes meus actos impossibilitando o contacto humano ou as tardes que passávamos nos cafés bebendo a discutir ou simplesmente passando o tempo olhando os transeuntes.

Peço desculpa pela minha ausência forçada, mas tem razão de ser, é algo que certamente uma pessoa como você irá compreender.
Espero que os livreiros se esqueçam, quando tal acontecer terei o maior prazer em dar uma volta pelo chiado e voltar a encontrar-me consigo e talvez dar um passeio na Bertrand.

Cumprimentos
José Francisco Marques