quarta-feira, 11 de março de 2009

Confissão ao moleskine - I


Vivendo assim todos os dias de forma arrastada...
Rastejo pela realidade, sobrevivendo aos acordares lentos da manhã.
Suportando a vida não vivida, na monotonia.
Entregando-me à rotina laboral, largo os pensamentos na cama.
E volto à noite a ler o que escrevi no dia anterior.
Como se não fosse eu ali.
Estou perdido na vida lograda de ser mais um milhão.
Vou ter de fugir novamente para longe e ser novamente eu.
Nesta vida de formigueiro, andar cabisbaixo, cumprindo funções, desaprende-se a viver. Andamos de olhos mal-abertos, sempre cansados, de pestanas pesadas.
A vida na minha fugida tem outra luz.
Por muito cansaço, por muito frio, medo ou dor. Fugindo por entre montanhas perdidas...
Tenho a visão aberta ao mundo verdadeiro, cheio de nuvens, àrvores pequenas, pequenas casas, cidades pequenas, tudo em visões de pequenos mundos a brincar visto no topo da minha montanha, vê-se tudo ao longe, apesar do forte vento frio, perco-me na imensidão da paisagem.
A vida la fora tem outra luz.
Vou fugir?
Vamos fugir?
Vamos matar a realidade e fugir com a liberdade, para onde a monotonia não nos encontre. Fugir para o mundo de encantar.
Sentar no topo da felicidade e vêr o pôr-da-tristeza.
Olhar o amor nos olhos, beijando-o no seu conforto com calor.
Sempre a sentir, sempre a respirar...
E eu sussurro...
vamos tentar sem pensar?


(escrito no moleskine em 10/3/2009 ás 23.50)
Mitghefüll

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