segunda-feira, 20 de abril de 2009

Infelizmente amar



Se neste mundo corrente, Nós sem amor para ter, porque o escrevemos tanto? Se sem coragem nossa para o ter ou apreciar, não o deixamos de querer cantar?
Ainda que nos destrua em pó sem piedade ou busca de dó, deixamo-lo entrar conscientes da nossa loucura por temer.
Aqui de peito aberto, olhando-te nos olhos que te amo, com todo o tremer do meu coração sobre nervos e cabelos.
Eu dou-te o meu perdão se quiseres disparar.
Puxa a culatra atrás e dispara, aponta ao coração que te ama.

É isso que é o amor.
Se te confio, te respiro e ofereço-me.
Porque não disparas e deixas o toque do percurtor acionar o fogo e trazer o projectil até mim?
Não te esqueças depois, quando acabares de disparar ao meu morto peito aberto, largar a arma e de costas viradas inspirar o belo perfume do meu sofrimento largado pelo cheiro da pólvora, queimada para mim e minha carne de coração trespassado.

Não é isto o amor?

Agora desacredito.
Como em tempos acreditei na vida?

O amor é todo ele mau.
Logo após o sentir, não o respirarás nunca perante inferiores tristes e modestos sentimentos que outrora te fizeram vibrar e arder por essas respirações sublimes.
Porque nada a partir de agora me move como o palpitar do meu coração em amor.


por:Mitghefüll

1 comentário:

Eleanor Rigby disse...

Nada me mata como o vazio que fica cá dentro.

*