terça-feira, 30 de novembro de 2010

29/11/2010-30/11/2010

Fosse eu outro,
outro que não eu!
Teria mil vinhos a provar, mil essencias a apreciar.
mas a vida entregue cabe-me a mim,
só a mim e não a outro.
Não se despe, não rasga contacto, terei de ser eu a acenar a conhecidos quando não quero, não os conheço.
Não quero.
Falem-se eles a eles quando me vêm.
Deixem-me os doces, os vinhos, as árias, que o mundo é meu para viver, não para justificar porque o vivo.
Porque é meu, sinto-o eu.
Danem-se as justificações,
perante tão pouca vida perdem-se os vinhos envelhecidos, entornados á minha frente, eu pobre assistente, resta-me o triste salivar de os ver derramar.
Quero, oh se quero ser o que quero.
Dane-se o mundo em procriação de enchente boato.
Venha a mim mundo de vós, meus sentidos aguardam adormecer em bebedeira,
meu libido enternecido por querer o teu viver,
bebe o vinho sem uma gota a perder.

É meu o mundo.
Sou eu que o bebo.
Sou eu que o acordo.
Sou eu que o deito.
Cabe-me a mim este,
deixa para ti o falar.

Fosse eu outro....
Viveria como quem não sou.
Porque a viver não estou.
Não estamos.
Tu estás?

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