terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nostalgia

Já reparou?
Onde está a beleza de um mundo novo?
Se o que se afirma como belo é o antigo...
Paredes grossas de portas tortas, geometricamente horrendas, carregam em si manchas de humidade que transportam a nostalgia de estar salvaguardado pelo tempo.
Ninguém se sente seguro em tão fútil mundo que geométrico e quente não tem os séculos de experiência de ser bom para todos.
As paredes de família viram gerações nascer e morrer, com histórias por contar cantam estórias para adormecer...
Mas o novo...oh o novo não sabe de nós, não sabe do tempo.
O tempo não é já nada para quem vem....esqueceu-se de si...
...Perdeu-se...
Já não se encontra o antigo que desistiu de se existir por ninguém o procurar.
Deveriam poder existir pessoas, as que quisessem, como intocáveis fora dos que nem sabem quem são mas de progresso embandeirado invadem o virgem puro mundo da nostalgia.
...
Fala-me a saudade. Não me tem conforto a vida no mundo admirável triste novo que vem, que estraga o que sempre foi.
E o que vem, é fútil, vazio, novo, frágil...
Fica a lembrança do que foi, robusto, milenar, antigo...
Vão-se as raízes de uma árvore ancestral para plantar flores, belas que cedo murcham, enganam os sentidos e remoem a terra, destroem as raízes, vão-se as raízes...
Vamos recordando...
As raízes, essas, cresciam em nós...
Hoje é tudo Outono, sem a beleza das folhas a cair.

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